Sábado, 5 de Fevereiro de 2005

DANÇA COM VÉUS

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Segundo Soraia Zaied, bailarina brasileira que mora no Egito, a introdução do uso dos véus na dança oriental ocorreu através da libanesa Badia Massabni, com o objetivo de preencher os shows que ocorriam em sua casa de shows no Cairo, inaugurada em 1929, onde grandes estrelas da dança oriental despontaram, como Taheia Carioca, Samia Gamal e Naima Akhef.
Atualmente, as bailarinas árabes costumam utiliza-los somente no início da apresentação e logo livram-se deles. Já as norte-americanas adoram este acessório, e o seu uso é bem mais difundido sendo realizados até congressos onde novas maneiras de utiliza-lo são discutidas.
Os véus expressam a sabedoria da bailarina através dos movimentos suaves e sutis, e devem ser a continuação do seu corpo.
A bailarina deve optar por um tecido que mais lhe agrade e adquirir intimidade com ele, pois cada véu é único, seja pela cor e pela tinta utilizada em sua pintura, pelo corte ou pelo seu tamanho.
Ao dançar com mais de um véu, devemos ficar atentas à forma de prende-los na roupa, para que não fiquem amontoados num mesmo lugar, assim como nos certificar de que estão bem presos e fáceis de pegar. Evitar soltar o véu muito próximo dos pés, para não correr o risco de escorregar.
Ao trabalhar com os véus, trabalha-se o tempo todo com o ar e os movimentos podem ser leves e delicados ou ágeis e cheios de vivacidade, mas sempre repletos de graça e harmonia, dependendo sempre da criatividade de cada uma. A bailarina não deve se limitar somente aos movimentos aprendidos, pois muitos outros podem e devem ser realizados de acordo com a inspiração dela no momento da dança, sempre buscando o equilíbrio na movimentação.
Texto de JUFIH MAAT AYUNI / Esta imagem encontra-se no site http://www.fibromyalgiarecovery.com/new_page_5.htm
publicado por Jufih às 04:07

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Quinta-feira, 3 de Fevereiro de 2005

Intolerância - Egito censura o ventre na dança do ventre

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Mistura de preconceito e conservadorismo religioso deixa as dançarinas na mira da polícia moral egípcia Egito censura o ventre na dança do ventre PAULA SCHMITT ESPECIAL PARA A FOLHA, DO CAIRO
Mais uma noite de dança do ventre no Nilo, em um dos vários barcos que navegam o rio enquanto os clientes jantam e apreciam o show. O barco se move. A Torre do Cairo desponta pela janela, o prédio da Rádio e Televisão Egípcia passa devagar, o Ministério das Relações Exteriores mostra orgulhoso o junco faraônico que decora as suas colunas. No bufê, falafel, tabule, kafta. A música árabe avisa aos comensais que a dança do ventre vai começar.
Nada pode ser mais egípcio. Ou pode? No palco, uma mulher ruiva, de olhos azuis e pele alvíssima mostra o que é que a norueguesa tem. Majken Waerdahl -ou Hanin, para o público- tem 27 anos e dança há seis. Assim como outras estrangeiras, Hanin conseguiu unir prazer e trabalho ao vir para o Egito e ocupar o lugar de uma espécie que já está se tornando raridade: a "legítima" dançarina do ventre. O desaparecimento das egípcias nessa arte tem causas não confirmadas, mas cada dia mais evidentes. O motivo principal parece ser uma mistura de preconceito com conservadorismo religioso. Segundo Farida Fahmy, diva do folclore egípcio, ex-bailarina e mestre em etnologia da dança, o país tem uma "relação de amor e ódio" com a dança do ventre. "Os egípcios podem até ir ao show, mas vão sempre olhar as dançarinas com menosprezo." A própria Farida deixa escapar um desprezo todo seu: "Nosso grupo de dança folclórica mostrava a dança do ventre com decência e arte, não com o intuito de seduzir". Farida explica que as egípcias "nascem com a dança do ventre no sangue", mas são imediatamente dissuadidas do hábito. "Enquanto a filha tem 6 anos ou 7 anos de idade, a mãe acha bonitinho vê-la dançar. Mas, assim que a menina cria corpo, a mãe proíbe a filha dizendo que aquilo é indecente." A repressão não fica só no âmbito familiar.

A Adab, ou "polícia moral", faz incursões por hotéis e casas noturnas para se certificar de que as dançarinas estão cumprindo o seu código de bons costumes. As restrições são tantas que a dança do ventre pode em breve se tornar dança do pescoço, a única parte do corpo que parece ter sido esquecida pelos censores.

De acordo com a Adab, as dançarinas não podem deixar as coxas à mostra e, num desafio à semântica, não podem mostrar o ventre. A região que vai da cintura ao seio é usualmente coberta com uma rede ou meia fina, qualquer coisa que pareça cumprir a lei. Algumas dançarinas preferem cobrir-se por completo. "Eu não me arrisco, cubro tudo e me livro de ser mandada para a cadeia", explica Hanin. A inglesa Francesca Sullivan, dançarina do ventre e jornalista, explica que nos hotéis cinco estrelas, ao contrário dos cabarés, ainda é possível burlar a lei. Mesmo assim, muitos hotéis preferem não arriscar. "Os policiais vêm aqui e multam a gente", explica Hisham Abdelaziz, gerente do cinco estrelas Semiramis.

Como o ventre deixou de ser a atração principal, vale tudo para entreter o público. Completamente coberta com seu vestido vermelho, a dançarina Sohair tentava animar o público balançando um deslocado guarda-chuva, lembrando mais o frevo do Nordeste brasileiro do que qualquer expressão cultural do Egito desértico. As consequências já são visíveis. De acordo com a Autoridade de Arte Egípcia, em 1957 havia cerca de 5.000 dançarinas do ventre profissionais. Atualmente apenas 380 estão registradas. E o registro é feito junto à Adab, a polícia moral, não nos sindicatos -dançarinas do ventre não têm representação. Para o empresário Omar Said, muçulmano que não bebe, não fuma e reza cinco vezes por dia, "a atmosfera geral do país está conduzindo a nação para o fundamentalismo religioso e a intolerância".

Para Said, arte e religião não deveriam se misturar. "O Islã, por exemplo, não admite o culto a imagens, mas nem por isso nós vamos destruir as estatuas faraônicas." Se por um lado o Egito está diminuindo a produção de dançarinas locais, o país continua sendo o centro mundial para a exportação da técnica. Em meados do ano passado, a professora de dança do ventre Rakeia Hassan reuniu 170 dançarinas do mundo inteiro para uma oficina de dança do ventre. Entre elas, alunas e professoras de Estados Unidos, Itália, Noruega e nada menos que 35 professoras do Japão. A excelência na dança do ventre, porém, parece estar com as egípcias. Para Francesca Sullivan, estrela da dança do ventre, loira e relativamente famosa, as egípcias vão ser sempre melhores. "Elas têm um jeito de se comunicar com a platéia, uma empatia que é essencialmente egípcia. Tem a ver com a linguagem corporal da cultura deles, gestos, músicas, letras. A dançarina e a platéia partilham do mesmo subtexto". A professora Rakeia concorda. Em meio a 15 alunas francesas -donas-de-casa, empresárias e estudantes- que vieram ao Egito exclusivamente para duas semanas intensivas de dança do ventre, Rakeia ecoa o que foi repetido por todas as 11 dançarinas profissionais estrangeiras entrevistadas para esta reportagem. "O ritmo das egípcias está no sangue. É o mesmo que eu tentar sambar. Você acha que eu vou sambar como uma brasileira?" / Folha de São Paulo - 28/01/2001
publicado por Jufih às 05:58

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Quarta-feira, 2 de Fevereiro de 2005

ARTE X TÉCNICA

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No processo do surgimento de novas línguas, algumas palavras sofreram modificações em seus significados, como no caso da palavra: tecnê, do grego, que designa: arte, hoje traduzimos a palavra técnica, não como arte, mas como algo frio e racional, erroneamente.
Devemos diferenciar a técnica executada com boa classe daquela que não é executada com classe.
Não há como dançar utilizando somente de anteparos racionais, assim como é inconcebível dançar só instintivamente.
O caminho natural da arte inicia-se em um aprendizado, em uma disciplina constante e segue-se em um trilhar de elementos da sensibilidade pessoal.
A expressão talvez seja um dos elementos mais difíceis de se incorporar, no trabalho das dança que almeja um perfil profissional. Porque é a partir disto que será demarcado a personalidade de quem dança, de quem sente a música com seu corpo. O corpo deve dançar como um todo. O rosto também dança!
Existem inúmeras profissionais da dança que adquiriram um estilo de expressão, pode-se dizer até, caricata. Similar ao sorriso do personagem “Coringa” do Batman, onde mais parecem encaixar um sorriso que estava guardado no armário, montado.
A música possui elementos variáveis tais quais as emoções que passamos, no percusso de nossas vidas.
Um compositor tenta impregnar junto às notas musicais, em cada som, aquilo que queria dizer, fazer-se entender. O dançarino pode perceber a mesma música de forma totalmente diversa a do compositor, mesmo assim, jamais isto será um elemento fixo, do começo ao fim, ou característico de todas as musicas.
Exprimir um sentimento melancólico, alegre e até mesmo conflitante é uma verdadeira arte, que sábios da comunicação não verbal conseguem demonstrar com talento.
A escolha da música também é um fator que deve ser levado em conta, não podendo ser arbitrária ao público que irá assistir ao espetáculo, aleatória, sem objetivos.
Quando um ser coloca-se sobre um palco, ou onde seja, e muitos olhos voltam-se em sua direção, um relacionamento nasce. Seus braços, seus olhos, seus movimentos em geral fazem com que o público caminhe uníssono na mesma direção, na mesma emoção. Esta direção, esta emoção devem ser planejadas e conscientes por parte do artista.
É como se houvesse um espelho externo, no qual o dançarino pudesse enxergar-se.
Embora o dom artístico possa ser visto como algo inato, certamente pode-se atingir excelentes resultados, através de um persistente treino.
TEXTO EXTRAIDO DO LIVRO: “DANÇA DO VENTRE– DANÇA DO CORAÇÃO” MERIT ATON (Mayra Moreira Vasconcellos) / Editora RADHU. / Na foto: VASUNDHARA DAS, cantora indiana
publicado por Jufih às 03:18

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Terça-feira, 1 de Fevereiro de 2005

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“A alma do filósofo mora em sua cabeça; a alma do poeta está em seu coração; a alma do cantor está em sua garganta; mas a alma da dançarina mora em todo seu corpo.”
KHALIL GIBRAN
publicado por Jufih às 04:25

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